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O consumo e a pressa na busca de felicidade, sucesso e prazer: estamos aprisionados?



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Os tempos atuais estão compulsivos.  Busca-se satisfação rápida o tempo todo.


Não há espaço para dores e lutos.


Tempo acelerado na busca de resultados , não abrindo espaço para o processo, para o caminho a ser percorrido, para o  tempo interno e subjetivo da alma que é tão individual e sem prescrição.


Saímos de uma geração silenciosa e do dever, de décadas atrás, para uma geração que vive a cultura da performance, do sucesso e da felicidade.


Isso se apresenta até mesmo no campo terapêutico. Não há tolerância para o tempo da alma, para os momentos de vazio, do não-saber, das dores e angústias, dos momentos de contração, dos processos “lentos” de mudança, maturação e expansão.


Há pressa. Muita pressa. Pressa de se chegar a algum lugar determinado, que muitas vezes vem de fora e não de dentro.


Diante desse contexto abre-se espaço para muitos sintomas como a depressão e ansiedade e crescimento de transtornos e compulsões.


Por que temos tanto medo do sofrimento? Tentamos de toda forma exterminá-lo. Como se isso fosse possível. Na ilusão de uma vida apenas feliz, plena, de êxito e sem dores.


Queremos resistir aos limites da vida e da existência na ânsia do gozo a todo momento. Como se fosse possível viver um “carnaval” o ano inteiro.


Por um lado, tivemos uma grande conquista, principalmente por parte das mulheres, de dar espaço para o PRAZER. Saímos daquela vida do dever e sem voz para abrir espaço para



uma vida de mais voz e escuta interna, de gozo e prazer.


Que maravilhoso que é poder viver muitos “carnavais”, na sua total liberdade de expressão e realização. Mas por outro lado, também precisamos viver com os limites e limitações da vida e da não possibilidade de caber tudo.


A natureza morre. O corpo declina. O encontro com o outro muitas vezes é fonte de conflito e desconforto. A vida também é feita disso. De muitos desencontros. De luta e tensão.


Precisamos saber perder. Morrer. Deixar ir. Suportar a angústia.


Fazemos isso também com as nossas crianças. Queremos evitar que elas passem por dor e frustração. Como se fosse possível ter uma vida assim. E elas crescem cada vez mais com essa maior dificuldade de fazer esses enfrentamentos.


Vivemos a cultura funcional, do espetáculo, da imagem, do individualismo, dos excessos e da sensação de insuficiência, de nunca termos e sermos o bastante.


Aparentemente somos mais livres e ao mesmo tempo aprisionados nessa cultura do consumo. Consumo de imagem, de recursos, de sucesso, de relações, de prazer...


A vida é feita de ciclos. E eles são transitórios e também se findam. Assim como na natureza, a alma também tem momentos de verão e de inverno. Outono e primavera.


Existe beleza no florescimento como também no momento de folhas secas, de recolhimento e morte.


Precisamos resgatar a PACIÊNCIA para a construção. Para o percurso. Para o desenvolvimento. Paciência para esperar pelos momentos e pelo tempo interno, de si, do outro e da vida.


Texto inspirado nas reflexões do livro e curso “Tempos Compulsivos” da psicóloga e psicanalista Sandra Edler.

 

 
 
 

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Psicóloga | Psicoterapeuta CRP 06/10042

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