Saúde integral, autocuidado e prazer
- Marcela Lempé
- 21 de mar.
- 3 min de leitura

Nesse texto escolho ampliar o olhar para saúde, autocuidado e prazer.
Saúde não é ausência de doença.
A OMS irá dizer que saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social.
A medicina chinesa irá dizer que tem a ver com o fluxo de energia no corpo, o equilíbrio entre energia Yin e Yang. (Falo um pouco sobre essas energias no texto “O resgate do feminino”).
Diante desses olhares, precisamos urgentemente ampliar o foco no nosso autocuidado.
Precisamos cuidar do nosso estado físico, mental, emocional, relacional e espiritual.
Do que me nutro?
Não é só sobre exercício físico e alimentos do dia a dia. Mas sobre pensamentos, relações, emoções, encontros, ritmos, hábitos...
Tudo o que está orbitando o nosso campo está entrando como uma nutrição ou desnutrição. E muitas vezes nem percebemos as diversas situações, relações e ações que nos colocamos em contato e que não nos fazem bem, que consomem nossa energia e bem estar.
Muitas vezes estamos anestesiados, no automático, completamente desconectados de uma presença e do sentir e assim vamos acumulando nós no nosso corpo e alma e vamos adoecendo, entrando em relações tóxicas e sendo tóxicos também para si mesmo e para o outro.
Do que meu corpo e alma precisam agora?
Pergunta que precisamos fazer a todo o momento porque a resposta também pode ser diferente a cada instante e nova situação que se apresentam.
Precisamos aprender a nos ver, perceber, sentir. Nos validar e nos autorizar a atender as próprias necessidades. Isso não é egoísmo, mas autorresponsabilidade. Porque quando estamos nutridos, nos relacionamos de um lugar inteiro com o outro, sem entrar em relação de dependência, exigência, vitimização, aridez e escassez.
Autorresponsabilidade no adulto é sair da criança ferida e desamparada que espera ser vista, validada e cuidada por um outro. É buscar se conhecer e se escutar, se responsabilizar pelos seus próprios sentimentos e necessidades e buscar estratégias para atendê-las. Se legitimar, autorizar, pedir ajudar, colocar limites, se autocriar.
Requer coragem dizer “Sim” para si mesmo e se assumir responsável pelo próprio caminho.
Muitas vezes gastamos muito energia e direcionamos nossa atenção aos cuidados, demandas e necessidades do outro vivendo na ilusão do “Ser bom” que cuida do outro, muitas vezes ocupando o papel de “salvador”, mas na verdade estamos nos ausentando e fugindo da nossa responsabilidade de olhar e cuidar de si, que muitas vezes é muito mais desafiador do que cuidar do outro.
Este particularmente é um grande desafio para as mulheres, que na nossa cultura foram ensinadas a olhar para o outro e não para si. Ensinadas que seu lugar de valor está no seu servir e no cuidado com o outro. Nos perdemos facilmente nesse papel. Seja cuidando dos filhos, do companheiro, dos familiares, do trabalho...
Escuto constantemente essa fala de mulheres-mães, que além de cuidar do filho acredita que precisa cuidar do companheiro, da casa, da família de origem, do trabalho não vendo possibilidade de abrir espaço para si.
Também valorizamos socialmente o sacrifício. A renúncia. E damos pouquíssimo espaço para o prazer. Mais uma vez isso se aplica na nossa sociedade na maioria das vezes mais às mulheres do que aos homens.
Diante desse contexto, de uma vida tão voltada ao outro, vejo muitas mulheres com pouquíssimo repertório de prazer. Nem sequer sabem quais são os próprios desejos. Não sabem e não se autorizam receber.
Aqui deixo um chamado para esse novo caminho de viver a vida.
Um caminho onde podemos estar no centro, nos vendo a todo o momento, conectadas com o que nos move e com o que pulsa internamente. Com mais leveza e prazer e menos esforço e dever. Livre de qualquer padrão ou expectativa social.
Encontre momentos de pausa no seu dia para respirar e se observar. Faça anotações e registros do que vai observando. Aprenda a falar “Não”. Realize rituais e cuidados sagrados para você. Se alimente de atividades, encontros e momentos que dão PRAZER e CONEXÃO com a sua ALMA.




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