Prazer na vida: ampliando nosso repertório enquanto mulheres
- Marcela Lempé
- 21 de mar.
- 2 min de leitura
Atualizado: 25 de mar.

Vale um texto só sobre o Prazer.
Prazer é a água que nutre nossa terra. Se não temos vamos endurecendo, ficando menos flexível, mais árido, escasso.
Nos falta repertório sobre o que nos dá prazer.
Como é explorar o prazer sem performar?
Aqui não falo da busca desenfreada do prazer compulsório e superficial pautado pelo consumo e mídias sociais tão presente na cultura capitalista atual.
Falo de uma liberdade e autorização que nós mulheres estamos começando a conquistar para escutar o próprio corpo e os próprios desejos. Uma vida de mais prazer e menos dever tão presente na história feminina.
É treino. Nós mulheres não estamos acostumadas a ter uma vida de prazer.
Qual é o meu parque de diversão? Uma vida com mais cor. Mais beleza. Mais encantamento. Mais brincadeira. Mais gostosa!
Uma forma de ampliar o repertório de prazer é explorar os 5 sentidos: a visão, a audição, o olfato, o paladar e o tato.
Essa é uma forma também de habitarmos mais o nosso corpo e menos a mente.
Numa sociedade tão voltada para o trabalho, desempenho e produtividade, valorizamos a mente e menos o corpo, nos mostrando muitas vezes dissociados e desconectados no pensar-sentir-agir.
Nesse retorno para habitar o próprio corpo, fica um convite para explorar os 5 sentidos mais frequentemente:
- Visão: como é o ambiente que estou grande parte do meu tempo, seja no trabalho ou em áreas da casa? Vejo beleza? Tem encantamento? É aconchegante? Tem claridade? Vejo alguma paisagem? Observo algo de novo? Cores, objetos, imagens, ordem/caos compõem nosso campo visual. Muitas vezes nem percebemos que um pequeno detalhe pode fazer uma grande diferença nessa nutrição visual e nos trazer um grande prazer ou um desconforto.
- Audição: o que escuto no meu dia a dia? Estou em lugares barulhentos ou silenciosos? Escuto música? Escuto os pássaros? O vento? A chuva? Sons e falas que me trazem aconchego ou angústia?
- Olfato: o olfato nos traz memórias mais primitivas. Fica registrado por muito tempo de forma muito marcante. Nos conecta automaticamente com o prazer ou desprazer. E muitas vezes estamos no nosso automático e nem os percebemos. Podemos aqui recorrer às flores no ambiente e cheirá-las de vez em quando, colocar essências em difusor ou mesmo no corpo, preparar comidas que trazem cheiro de afeto.
- Paladar: experimentar novos sabores, doce, amargo, apimentado, ácido...Um convite para degustar uma refeição com calma, bem preparada. Comer algo novo ou antigo que lhe dá muito prazer. Aquele chá quentinho em um dia frio ou uma água saborizada geladinha naquele dia quente. Uma fruta suculenta. Um chocolate gostoso. Comida com cara de casa de vó ou bem elaborada que temos menos acesso no dia a dia.
- Tato: tocar. Sentir texturas. Colocar uma roupa com tecido gostoso no corpo, dormir em um lençol que te acolhe, receber massagem, se tocar com calma no banho e após o banho, tocar os cabelos e a pele de forma sutil, receber carinho. Na pressa, nos tocamos muito pouco, ou tocamos de forma brusca. Abra espaço para o sutil, para diferentes texturas e perceba o que te dá mais prazer.
Ao estarmos mais no campo de prazer, teremos mais libido e energia vital para colocarmos onde e como quisermos.
É empoderador resgatar o nosso prazer!




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