O Resgate do feminino
- Marcela Lempé
- 20 de mar.
- 2 min de leitura

Nascemos no corpo de mulher, mas nos tornamos muito distante do feminino.
Vivemos em uma cultura patriarcal, na qual se valoriza as qualidades masculinas e onde o poder está com os homens, que ditam o ritmo, a forma de viver e o que é valor.
Diante dessa cultura não nos restou outra possibilidade a não ser silenciar nosso feminino e exacerbar o masculino.
Todos somos compostos pelo feminino e masculino, tanto homens, como mulheres.
Feminino e masculino como qualidades e energias polares. Como no símbolo Yin e Yang que se apresenta na medicina chinesa.
O masculino se apresenta na energia voltada para fora, para a ação, expansão, realização planejamento, foco, execução. Energia do dia. Mental.
Já o feminino se apresenta na energia voltada para dentro, na introspecção, silêncio. Vazio criativo. Na receptividade, sensibilidade. Serenidade. Noite. Mistério. Profundidade.
Ambas energias e qualidades são necessárias e nos habitam internamente.
Mas na cultura ocidental se hipervaloriza as qualidades do masculino como a produtividade a todo momento, o foco no desempenho, na comunicação expansiva e no alcance de resultados.
Diante dessa cultura a pouquíssimo espaço para a pausa. O refletir. O não agir. O vazio. O serenar. As emoções profundas. A intimidade. A vulnerabilidade.
E além de não ter esse espaço de cultivo, há uma diminuição e julgamento quando estamos nas qualidades do feminino.
Diante disso, nos tornamos todos, homens e mulheres, excessivamente masculinos, sem tempo, apressados, na ação desenfreada, no ritmo acelerado e desconectados de si.
O resgate do feminino não precisa ser feito apenas pelas mulheres, mas por toda a sociedade ocidental.
Precisamos nos gestar e nos parir novamente. Parir uma versão mais integrada, na qual masculino e feminino caminhem juntos.
E quando falamos para mulheres, esse chamado se torna ainda mais gritante! Não dá mais para continuarmos caminhando tão distante das qualidades naturais que nos compõe.
Nosso corpo biológico pede outro ritmo. Funcionamos de forma cíclica, em outro tempo e espaço que a lógica patriarcal nos impõe. E diante desse distanciamento de si, adoecemos.
Precisamos fazer um caminho de resgate a qualidades como o serenar e a fluidez. A valorização do sentir, das emoções e do prazer.
É através desse resgate do feminino e da integração com o masculino que iremos encontrar nosso verdadeiro empoderamento. Podendo habitar de forma mais confortável a própria pele, encontrando um lugar mais confortável para a alma.
Fica um convite para esse olhar. Para habitar mais círculos de mulheres. Resgatar saberes ancestrais. Reencontrar esse caminho de volta a nossa essência ao lado de outras que também tem a mesma busca!




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