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Os desafios e angústias da Mulher- Mãe do Século XXI

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Há um aumento no sofrimento da mulher que é mãe nos tempos atuais.


As subjetividades dessa junção mãe-mulher se tornaram mais complexas, abarcando muito mais demandas, expectativas, informações, possibilidades e responsabilidades.


Isso vem dando mais espaço para sentimentos como culpa, sobrecarga e solidão.


Para além de uma jornada dupla, a mulher segue assumindo jornadas triplas ou muito mais, com altos níveis de expectativas e cobranças pessoais e sociais.


Vem assumindo uma grande expansão no papel profissional, se tornando uma das provedoras em casa, e em alguns casos a principal ou única, mas continuando também como a principal responsável pela casa e pelos cuidados, educação e desenvolvimento dos filhos. Poderíamos ainda adicionar mais um papel que é o político revolucionário, porque são elas que buscam novas formas de gerar e parir uma criança, novas formas de educar seus filhos sem violência, um novo olhar para a questão do gênero e da necessidade de criar mais espaço para a inclusão e a diversidade, entre outras pautas que estão tão presentes no caminhar das mulheres nessa sociedade. E para além desses diversos papéis, também passa a ser cobrada a corresponder a padrões de beleza da mídia e do que se espera dela como mulher e esposa.


Diante de tantas demandas e expectativas, tanta idealização distanciada da realidade, damos espaço para aparecer sentimentos como culpa, medo e frustração, gerando um grande sofrimento psíquico.


Dizem que a culpa materna está intrínseca à maternidade. Essa culpa se dá devido a uma construção social do que é a maternidade e o papel de mãe.


A filósofa Elizabeth Batinder vai falar do mito do amor e instinto materno e que esse amor é uma construção como qualquer outro. Essa crença do amor incondicional e natural da mãe pode se tornar muito limitante ao fazer a mãe nunca se sentir suficientemente boa, nunca a mãe ideal que abdica de tudo pelo seu filho, que o ama acima de si mesma, que não pode dar espaço para sentimentos como frustração, rejeição, estranhamento, raiva ou tristeza, que também estão presentes no dia a dia da maternidade.


Ao não dar vazão a essa ambivalência de sentimentos, aparece o sofrimento.


Agora precisamos falar da carga mental na maternidade, que é o trabalho invisível e não valorizado de gestão, planejamento, organização e tomada de decisão de todas as demandas que envolvem a casa e o cuidado com os filhos que geralmente recaem sobre as mulheres. A cabeça da mulher, mãe, não para. Tem comida em casa? O que tem que comprar no supermercado? O filho já comeu? Tomou os remédios? Tomou as vacinas? Já marcou pediatra? Lavou roupa? Precisamos comprar roupa? Ir na reunião da escola. Trocar com outras mães e com a professora...e por aí vai...uma lista sem fim de planejamento, organização e execução de atividades.


Esse lugar de gerenciamento fica invisível e sem valor. Ao não dar visibilidade a essa carga e espaço para compartilhá-la, aparece um grande esgotamento, um sentimento de solidão e também de culpa por não dar conta de tudo que é humanamente impossível.


E falando mais dessa solidão...


De um lado temos o aumento de carga mental e de execução, e do outro temos diminuição da rede de apoio com as famílias estendidas mais distanciadas, restringindo o núcleo familiar apenas à mulher, marido e filho.


Mulheres criadas para serem autônomas e independentes e para terem sucesso, também não dando espaço para que possam “fracassar” e se permitir pedir ajuda.


Falta de apoio social de pessoas, grupos e lugares que acolham a mãe e a criança somada a uma imagem idealizada e distorcida do que é a maternidade na prática, das suas demandas e desafios que aparecem na relação mãe-filho-parceiro-casa.


E somada a essa culpa, solidão e carga, a mulher-mãe, ainda vivencia uma grande metamorfose e transição em sua identidade.


A vida de antes não volta mais. Morrem muitas coisas que dão espaço para vários questionamentos: quem sou eu? O que realmente importa? O que faz sentido agora? Como retomar os demais papéis da minha vida?


Desse lugar de morte e renascimento, trago as perguntas: Que mulher, mãe, é essa que nasceu ou quer nascer em você? Como reconstruir essa identidade com mais integração, equilíbrio e saúde?


Essas perguntas te chamam? Vamos conversar!

 
 
 

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Psicóloga | Psicoterapeuta CRP 06/10042

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